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Caminho de Volta é implantado na Baixada sábado, 29 de outubro de 2005Michelle Schneider  Reprodução
 | O desaparecimento de uma criança ou adolescente é um dos piores pesadelos que o pai e uma mãe pode ter. Infelizmente, de acordo com dados do Governo Federal, 30 mil crianças desaparecem por ano no País. E conforme a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), só no Estado de São Paulo este número chega a oito mil.
Com intuito de tentar diminuir estes índices e auxiliar pais e mães a reencontrarem seus filhos desaparecidos, foi implantado aqui na Baixada o projeto Caminho de Volta, que já estava disponível na capital e em outras cidades do Estado desde o ano passado.É desenvolvido pelo Centro de Ciências Forenses (CEINFOR) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e conta ainda com parceria dos Governos Federal e Estadual.
De acordo com o psicólogo e um dos coordenadores do Caminho de Volta, Marcelo Moreira Neumann, a iniciativa, que une a Biotecnologia e a Informática, tem por objetivo criar um banco de dados genéticos para que se identifique, corretamente, a família da criança quando localizada. O projeto funciona da seguinte forma: “Em Santos, as famílias serão encaminhadas para o Palácio da Polícia Civil, onde será feito um atendimento pela equipe responsável pelo projeto. Depois, um psicólogo dará todas as informações sobre o Caminho de Volta e, se a família quiser participar, assinará um termo de consentimento”.
Depois disso, a família responderá um questionário para determinar as causas do desaparecimento e, para que seja feita a identificação genética dos pais, será coletada uma amostra de sangue deles.
Neumann diz ainda, que após a família ter feito isso, todo o material recolhido é enviado para a FMUSP, CEINFOR. Lá, uma equipe continua no atendimento das famílias por, pelo menos, em três retornos. Se o desaparecido não for encontrado o caso fica arquivado no Banco de Dados e é encaminhado para a Rede enquanto que a assistência psicológica e o suporte de investigação continua.
Quanto ao número de casos cadastrados no Caminho de Volta, o coordenador afirma que, no Estado de São Paulo, “em um ano de projeto foram cadastrados mais de 190, mas pelo Banco de DNA ainda não conseguimos reencontrar alguma criança ou adolescente”. Já aqui na Baixada, o psicólogo afirma que foram poucas pessoas que se cadastraram e que ainda não há um número exato de casos.
Em relação às causas dos desaparecimentos, Neumann afirma que os fatores que mais contribuem para que crianças e adolescentes abandonem suas casas são a violência doméstica, os maus tratos e conflitos que ocorrem dentro de casa. Outro fator que contribui para isso é o fato de os “pais estarem cada vez mais ausentes, por causa da grande quantidade de horas que passam fora de casa, para prover as necessidades básicas da família”.
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